O enfrentamento ao problema de insegurança alimentar requer o reconhecimento de que o atual sistema agroalimentar não tem garantido acesso, disponibilidade e qualidade de alimentos. Contrariamente, este modelo contribui a uma série de problemas, como impactos ambientais (aquecimento global, esgotamento de recursos hídricos e da biodiversidade), assim como problemas sociais (agravamento da fome, êxodo e perda de autonomia das populações camponesas). Neste contexto, os movimentos sociais camponeses vem amadurecendo, desde o surgimento da Via Campesina Internacional, a proposta de soberania alimentar que contrapõe a proposta predominante de desenvolvimento e afirma que cada povo tem o direito de definir suas próprias políticas agrícolas e alimentares. Este trabalho analisa a proposta de soberania alimentar da Via Campesina, bem como fatores que afetam a sua consolidação e as consequências geradas. Ao final, discute-se a proposta dos camponeses para um outro sistema agroalimentar.